sexta-feira, 29 de abril de 2011

Língua - Caetano Veloso

Língua Caetano Veloso
Gosto de sentir a minha língua roçar
A língua de Luís de Camões
Gosto de ser e de estar
E quero me dedicar
A criar confusões de prosódia
E um profusão de paródias
Que encurtem dores
E furtem cores como camaleões
Gosto do Pessoa na pessoa
Da rosa no Rosa
E sei que a poesia está para a prosa
Assim como o amor está para a amizade
E quem há de negar que esta lhe é superior
E quem há de negar que esta lhe é superior
E deixa os portugais morrerem à míngua
Minha pátria é minha língua
Fala Mangueira
Fala!
Flor do Lácio Sambódromo
Lusamérica latim em pó
O que quer
o que pode
Esta língua
(3X)


Vamos atentar para a sintaxe paulista
E o falso inglês relax dos surfistas
Sejamos imperialistas
Cadê? Sejamos imperialistas
Vamos na velô da dicção choo de Carmem Miranda
E que o Chico Buarque de Hollanda nos resgate
E Xeque-mate, explique-nos Luanda
Ouçamos com atenção os deles e os delas da TV Globo
Sejamos o lobo do lobo do homem
Sejamos o lobo do lobo do homem
Adoro nomes
Nomes em ã
De coisa como rã e ímã...
Nomes de nomes como Scarlet Moon Chevalier
Glauco Mattoso e Arrigo Barnabé, Maria da Fé
Arrigo Barnabé

Incrível
É melhor fazer uma canção
Está provado que só é possível filosofar em alemão
Se você tem uma idéia incrível
É melhor fazer uma canção
Está provado que só é possível
Filosofar em alemão
Blitz quer dizer corisco
Hollywood quer dizer Azevedo
E o recôncavo, e o recôncavo, e o recôncavo
Meu medo!

A língua é minha Pátria
eu não tenho Pátria: tenho mátria
Eu quero frátria

Poesia concreta e prosa caótica
Ótica futura
Samba-rap, chic-left com banana
Será que ele está no Pão de Açúcar
Tá craude brô, você e tu lhe amo
Qué que'u faço, nego?
Bote ligeiro
arigatô,arigatô
Nós canto falamos como quem inveja negros
Que sofrem horrores no Gueto do Harlem
Livros, discos, vídeos à mancheia
E deixa que digam, que pensem,que falem.


VIDEO - LINGUA Caettano Veloso

sexta-feira, 1 de abril de 2011

OBRAS MAIS FAMOSAS DE ALEIJADINHO


ALEIJADINHO
Agonia e êxtase


 
 
O preconceito não 
conseguiu apagar
sua glória
  Filho do carpinteiro português  Manuel Francisco Lisboa e de uma escrava negra, nasceu em Vila Rica, Minas Gerais, no ano de 1738, o maior artista da escultura brasileira de todos os tempos: Antonio Francisco Lisboa, mais tarde tristemente conhecido apenas por Aleijadinho.  Filho bastardo, mestiço, carregando no corpo e na alma, além dos preconceitos, uma doença não definida até hoje, já que alguns historiadores dizem que era lepra ou sífilis, e outros, um reumatismo deformante, que foi privando o artista dos dedos dos pés e  das mãos, sua maior ferramenta de trabalho. Mesmo famoso na época, após ter feito inúmeras obras de escultura, sendo a maioria sacra, como um de seus trabalhos mais famosos, que são os Profetas Bíblicos de Congonhas do Campo, Aleijadinho também foi responsável pela arquitetura de várias templos católicos. Porém, por maldade e preconceito, ele era proibido de assinar suas obras e muito menos os livros de pagamento da igreja católica.
 Com o avanço da doença, Aleijadinho ficou apenas com os dedos polegar e indicador nas mãos e também com a perda total dos dedos dos pés, ele era obrigado a se arrastar. No entanto, além da sua genialidade para esculpir e da sua criatividade, ele tinha uma força interior maior que sua doença, e esta força o impulsionava a continuar produzindo as obras que o iriam imortalizar. Para trabalhar era preciso que o martelo e o cinzel fossem amarrados em suas mãos.
  Em 1814, finalmente, se concluia a maior obra de Aleijadinho, que foi sua própria existência. A vida de sofrimentos do genial artista teve fim. Enterrado quase que como um indigente em uma vala comum, na Confraria da Boa Morte, em Vila Rica mesmo, até na morte  foi lhe negado o mínimo reconhecimento. Em seu atestado de óbito constava apenas seu nome de batismo e  as palavras: pardo e solteiro... 
 As obras mais famosas do Aleijadinho, onde ele retrata os grande profetas de Deus, estão em Congonhas do Campo, MG. Abaixo, duas lindas obras dele: o centurião, que foi aquele homem que pediu um milagre a Jesus e tinha tanta fé, que até o Mestre ficou maravilhado. E o segundo é o jovem João Batista, dormindo no deserto.
 

 

ALEIJADINHO


Antonio Francisco Lisboa, que ficou famoso no mundo inteiro como Aleijadinho, nasceu em Ouro preto, Minas Gerais em 1730, cidade que a época tinha o nome de Vila Rica. Filho do casamento de Manuel Francisco Lisboa, Português e mestre de obras de profissão, e da escrava Isabel, o escultor mineiro aleijadinho aprendeu desde cedo o ofício do pai, que foi o primeiro arquiteto de Ouro preto, apaixonado pela arte, Aleijadinho só fez a escola primária, sua infância e juventude vou ajudando o pai e o tio Antonio Francisco Pombal, um entalhador muito conceituado na cidade àquela época, não aproveitando as brincadeiras de criança que deveria ter. Segundo consta, a formação profissional de Aleijadinho pode ter sido aprimorada, enriquecida com a experiência de João Batista Gomes, abridor de cunhos e de José Coelho Noronha, entalhador e escultor, com que o artista teria uma relação muito boa.
Aleijadinho
Aleijadinho
Em 1777 Antonio Francisco Lisboa contrai a doença que lhe traria com o tempo o apelido de aleijadinho, a doença que foi deformando o artista com o passar dos anos fez com que ele perdesse os dedos dos pés, e das mãos, e os pesquisadores até hoje não conseguiram determinar com certeza qual o problema de saúde que teria trazido tão graves seqüelas, se foi hanseníase, sífilis, ulcerações gangrenosas ou ainda uma tromboangeíte obliterante, doenças que aquela época não tinha tratamento eficaz e muito menos cura. No período mais crucial seus artesãos atavam os instrumentos a luvas de couro que cobriam suas mãos e o carregavam, pois não podia caminhar. A verdade é que a doença trouxe um sofrimento indizível, mas ao que comprova a sua obra, este trouxe uma sensibilidade muito maior ao escultor Aleijadinho, entalhador, desenhista, e arquiteto do Brasil colonial.
Obras Aleijadinho
Obras Aleijadinho
Sua obra tem traços de genialidade que a tornaram conhecida no mundo inteiro, e hoje existe em Ouro preto um museu, onde está exposto o seu acervo e onde é contada a sua história, mostrando o talento e a determinação desse homem, que sofreu dores lascinantes, precisou atar os instrumentos as mãos para poder trabalhar, mas nem mesmo assim desistiu, e no auge de sua doença e com mais de 70 anos e idade, produziu uma de suas mais importantes obras, que é a fantástica coleção de esculturas dos doze apóstolos, que o tornou definitivamente uma celebridade artística, não como esculturas de lata ou de neve. As suas obras-primas foram esculpidas em pedra-sabão, realizadas no período de 5 anos, entre 1800 a 1805, na cidade de Congonhas do Campo. As esculturas dos 12 apóstolos Abdias, Adacuque, Amós, Baruque, Daniel, Ezequiel, Isaias, Jeremias, Jonas, Joel, Naum e Oséias, ficam no adro do santuário da Igreja católica do bom Jesus do Matosinho. Na frente da Igreja há uma ladeira com 6 capelas onde estão um conjunto de esculturas de Aleijadinho, em tamanho real, que revelam a Via Crucis de Jesus.
Vida Aleijadinho
Vida Aleijadinho
A obra de Aleijadinho tem uma forte e decisiva influencia da cultura religiosa católica, mas quando temos o privilégio de visitar o museu e apreciar as belezas, somos imediatamente transportados no tempo, pois essas peças são carregadas de uma emoção indescritível, pela sua grandiosidade, imponência e beleza. Aleijadinho morreu em 18 de novembro de 1814, aos 84 anos e cego, na cidade de Ouro preto, onde nasceu, passou sua vida. Os dados que existem sobre a vida do artista barroco e obra são escassos e provem de um apanhado de memórias escritas pelo vereador de Ouro Preto, Sr. Marino, 40 anos após sua morte, e publicadas posteriormente.

Biografia de Cândido Portinari

             CÂNDIDO PORTINARI        -  Biografia



Cândido Portinari nasceu em 30 de dezembro de 1903, numa fazenda de café, em Brodósqui, interior do Estado de São Paulo. Filho de imigrantes italianos e de origem humilde, desde pequeno já manifesta sua vocação artística. 




Em 1919, decidido a tornar-se pintor vai para o Rio de Janeiro onde se matricula como aluno livre na Escola Nacional de Belas Artes.
 




Em 1928 recebe o Prêmio de Viagem ao Estrangeiro, da exposição Geral de Belas Artes, com o “Retrato do Poeta Olegário Mariano”.




Em maio de 1929 faz sua primeira exposição individual, com 25 retratos, no Palace Hotel do Rio de Janeiro. Neste mesmo ano vai para Paris, onde permanece até 1930. Lá conhece Maria Victoria Martinelli, sua companheira de toda a vida. Retorna ao Brasil em 1931.




Em 1935 obtém seu primeiro reconhecimento no exterior, a segunda Menção Honrosa no Carnegie de Pittsburgh, Estados Unidos, com a tela “Café”, que retrata uma cena de colheita típica de sua região de origem.




Aos poucos, sua inclinação muralista revela-se nos painéis executados para o Monumento Rodoviário, na Via Presidente Dutra, em 1936 e nos afrescos do recém construído edifício do Ministério da Educação e Saúde, no Rio de Janeiro, realizados entre 1936 e 1944. Em 1939 executa três grandes painéis para o Pavilhão do Brasil na Feira Mundial de Nova York e o Museu de Arte Moderna de Nova York adquire sua tela “Morro do Rio”. Neste mesmo ano nasce João Cândido, único filho de Portinari e Maria.




Em 1940, participa de uma mostra de arte latino-americana no Riverside Museum de Nova York e expõe individualmente no Instituto de Artes de Detroit e no Museu de Arte Moderna de Nova York, com grande sucesso de crítica, venda e público.




Em 1946, Portinari volta a Paris para realizar, na Galeria Charpentier, a primeira exposição em solo europeu. Foi grande a repercussão, tendo sido agraciado, pelo governo francês, com a Legião de Honra.




Em 1952, atendendo à encomenda do Banco da Bahia, realiza outro painel com temática histórica: A Chegada da Família Real Portuguesa à Bahia, e inicia os estudos para os painéis Guerra e Paz, oferecidos pelo governo brasileiro à nova sede da Organização das Nações Unidas. Concluídos em 1956, os painéis, medindo cerca de 14 x 10m cada, os maiores pintados por Portinari, encontram-se no hall de entrada dos delegados do edifício-sede da ONU, em Nova York..




Em 1954, Portinari realiza, para o Banco Português do Brasil, o painel Descobrimento do Brasil. Neste mesmo ano, tem os primeiros sintomas de intoxicação das tintas, que lhe será fatal. Em 1955 recebe a Medalha de Ouro, concedida pelo International Fine Arts Council de Nova York, como o melhor pintor do ano.




No final da década de 50 Portinari realiza diversas exposições internacionais, expondo em Paris e Munique em 1957. É o único artista brasileiro a participar da exposição “50 Anos de Arte Moderna”, no Palais des Beaux Arts, em Bruxelas, em 1958, e expõe como convidado de honra, em sala especial, na I Bienal de Artes Plásticas da Cidade do México.




Em 1961 o pintor têm diversas recaídas da doença que o atacara em 1954 - a intoxicação pelas tintas -, entretanto, lança-se ao trabalho para preparar uma grande exposição, com cerca de 200 obras, a convite da Prefeitura de Milão.




Candido Portinari falece no dia 6 de fevereiro de 1962, vítima de intoxicação pelas tintas que utilizava.








O MESTIÇO - Cândido Portinari

http://fotolog.terra.com.br/luishipolito:155http://fotolog.terra.com.br/luishipolito:155